Quando eu tinha cerca de oito anos, houve um concurso na escola com o nome “Faça do branco seu próprio Universo”.
Consistia em pegar uma folha de cartolina branca e começar a desenhar. Não me recordo mais o que eu queria pintar, mas não saiu como eu imaginava. O que fiz? Peguei o pincel e comecei a pincelar conforme minha mão ia guiando cada contorno. Não gostei do resultado, mas entreguei como ficou.
Resultado! Ganhei o concurso a nível nacional. Minha pintura ficou exposta na Fundação Cultural aqui em Uberaba e seguiu com os idealizadores do concurso; nunca mais a vi.
Mas esse fato ficou marcado em mim como uma não permissão para o sucesso. Por quê? Hoje, fazendo um autoatendimento, descobri que eu, naquele momento, não consegui experenciar os louros do sucesso, senti-me uma charlatã. Uma criança de oito se sentindo uma charlatã, porque queria desenhar algo e não conseguindo, fez o que acreditou serem meros rabiscos e venceu um concurso nacional. Aquela felicidade e orgulho dos pais não procedia.
E como acessei isso agora depois de mais de trinta anos?!?!?!? Perguntando-me: “Em que momento eu deixei de me sentir merecedora do sucesso?”. E essa foi a primeira memória que veio.
Sucesso para mim era ser fracassada e depois charlatã e isso era inadmissível, logo, melhor não ser bem sucedida. Loucura, não?!?!? Mas puramente real.
E o que descobri? Que, na verdade, quando sai do controle de desenhar o que a mente planejou e simplesmente deixei as mãos livres para serem, alcancei a inspiração divina. E foi isso que os jurados do concurso enxergaram energeticamente na minha criação. E somente ontem, eu sai do julgamento e me permitir também enxergar isso. Pude ressignificar o que é o sucesso, o que é ser merecedora do sucesso, que eu posso ser bem sucedida, que eu sei me inspirar e, acima de tudo, soltar o controle e apenas me conectar ao Divino deixando tudo fluir.
E você, sabe pintar na tela da vida seu próprio sucesso e se sentir merecedor(a) dele???
Com amor,
Simone Higino