Começamos pela ANKH (pronuncia-se "anrr", pois nas línguas semitas como hebraico e árabe a junção das consoantes “k” e “h” cria o som de “dois r” em um fonema a partir da garganta como uma expiração, mas também já ouvi “ancá”), igualmente conhecida como CRUZ ANSATA, ou CHAVE DA VIDA, ou ainda CHAVE EGÍPCIA. O significado literal da palavra ANKH é VIDA, e se liga fundamentalmente ao conceito de vida eterna (NEM ANKH).
Esse símbolo, muito encontrado na arte do Egito Antigo, é composto por um aro em forma de gota com uma cruz ligada diretamente abaixo dela. O aro representa o sol, a barra horizontal da cruz representa o horizonte e a barra vertical representa o caminho até o sol. Lá, há templos ou túmulos em que cenas vívidas são pintadas em paredes, representando um Deus estendendo a ANKH ao Faraó. Um exemplo disso está no túmulo de Amenhotep II onde é possível ver a ANKH sendo-lhe entregue por Osíris. Ele, portanto, segura a chave que abriria os portões da vida após a morte.
Os Deuses egípcios sempre carregavam a ANKH em uma das mãos, simbolizando o poder que eles próprios possuíam sobre a vida. Outras pessoas carregavam este símbolo como um amuleto para a longevidade.
A ANKH ainda é chamada de CHAVE DO NILO, representando a união entre os deuses Osíris e Ísis, originando as cheias periódicas do Nilo, fundamentais para a sobrevivência do povo egípcio, e daí se pode tirar um sentido de transformação e reencarnação pelo qual era encarada a morte pelos egípcios. Lá, o nascer e morrer poderiam ser comparados com o fluxo do rio – cíclico, previsível e imutável - com suas cheias e secas.
E embora esse símbolo sempre tenha sido usado para representar a vida, ele representa a sabedoria e o discernimento no mais alto nível, aparecendo em muitas inscrições reais para mostrar a bênção da vida eterna. Se combinarmos esses dois recursos em um único personagem, veremos que é um símbolo que combina divino e humano, eterno e limitante.
Ao mesmo tempo, é o reino da eternidade, a divindade, isto é, o lugar onde o espírito do ser humano vai – a área de conhecimento infinito, perfeição e amor.
Assim, a misteriosa ANKH é uma criptografia metafísica profunda, apontando o verdadeiro significado da vida humana como um “ponto”, contemplando sua natureza eterna, que reconhece a verdadeira essência do existir.
A ANKH é tão significativa que compõe a logomarca de instituições importantes e famosas, tais como a “Ordem Rosacruz – AMORC”, que é “é uma organização místico-filosófica, (dividida por jurisdições idiomáticas), sem fins econômicos, cultural, educacional e apolítica, que busca promover o autoaperfeiçoamento do ser humano por meio do despertar de seus poderes interiores, a fim de que tenha uma vida mais plena e integral. A Ordem Rosacruz conserva um conjunto de técnicas milenares, mas sempre atualizadas, comprovadas pelo tempo e capazes de promover este despertar.”. (Fonte: “https://www.amorc.org.br/quem-somos/”).
Já no Brasil, a CRUZ ANSATA se popularizou no início dos anos 70, quando Raul Seixas e Paulo Coelho criaram a “Sociedade Alternativa”, cuja logo possuía uma CRUZ ANSATA adaptada com dois degraus na haste inferior, simbolizando os degraus da iniciação, dando forma de uma chave, a chave de todas as portas.
Enfim, metaforicamente, essa cruz representa a união/intersecção do céu com da terra, sendo, portanto, a CHAVE DA VIDA, a qual conecta esse ser de luz (humano) ao divino, é a chave para acessarmos toda a grandiosidade do nosso ser para nos transformarmos de forma definitiva.
E justamente por isso, no ELOS INTERNOS, ela veio como o elemento mais acima, uma verdadeira chave para a vida além da terceira dimensão, essa conexão do humano com o divino.
Com amor,
Simone Higino